Maestro Luís Cipriano: “Queremos plantar músicos na Covilhã”
Faltavam poucos minutos para os ponteiros marcarem 14h30 e a música já enchia a Rua da Indústria, na Covilhã, graças aos pequenos grandes artistas da Associação Cultural da Beira Interior, apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
“Macaco” era o tema – divertido, animado e brincalhão – que saía da janela. Interpretado por oito jovens, faz parte da iniciativa “Plante um Músico”, que nos foi apresentada pelo maestro Luís Cipriano. “Com este projeto queremos dar experiência musical e social a crianças que não tem facilidade em aceder a este tipo de cultura. Hoje somos cinco grupos de percussão e quatro coros. No total, ensinamos mais de 120 jovens”, explicou o responsável da iniciativa.
Através das escolas parceiras, a associação começa por ouvir as crianças individualmente para que depois possa ser feita uma seleção das que demonstrem maiores capacidades musicais. “Após essa escolha, damos prioridade a situações de carência económica ou de isolamento e ainda disponibilizamos o transporte da escola para a sala de ensaios“, sublinha o maestro.
A música muda e agora é a vez de interpretarem “Raposa”. O ritmo fica mais rápido e, quando uma nota falha, a turma recomeça. “Não existe sucesso individual. Promovemos sempre o sucesso coletivo, porque quando subimos ao palco e algo corre mal, a culpa não é só do maestro, do coro ou da organização. É de todos. Para o sucesso e para as falhas”, defende Luís Cipriano.
Apoiado também pelo Serra Shopping, este projeto tenta todos os anos ser o passaporte para, pelo menos, duas crianças entrarem na Escola Profissional de Artes da Beira Interior, na Covilhã, e fazerem futuro de uma partitura de música.
Para saber mais, veja a nossa entrevista com o maestro Luís Cipriano e os ensaios que decorreram com a professora Mariana Sousa.